Talvez tenhamos o costume de neglicenciar a morte. Acreditamos estar preparados para lidar com ela, mas ela se apresenta de tantas maneiras diferentes, que acho que nunca estaremos realmente preparados para tudo o que pode acontecer. Obviamente eu não estava pronto nesta última sexta-feira.
Durante a minha aula para os formandos do curso de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações um dos alunos desmaiou, teve convulsões e parou de respirar. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance naquele momento e, após uma hora de muita angústia, infelizmente, o aluno faleceu.
Ainda não consigo descrever o que estou sentindo e nem sei se processei completamente tudo o que aconteceu, mas sei que, mesmo conhecendo esse aluno há poucas semanas, aprendi uma lição bem importante vendo a história dele. Ele fazia esse curso superior por pura realização pessoal, já que a sua vida profissional era muito bem sucedida.
A relação que desenvolvemos com os alunos sempre envolve algum tipo de troca, mesmo não evoluindo para uma amizade extraclasse. Eles aprendem com a gente e a gente aprende com eles. Desta vez, quem aprendeu fui eu. Fui relembrado do quão vulneráveis somos e de que precisamos fazer o que gostamos e o que nos realiza pessoal e profissionalmente enquanto temos tempo. Além de tudo isso, aprendi também que precisamos nos preparar melhor para essas situações, individual e coletivamente, por mais que nunca estejamos completamente preparados para tudo.
Sinto muito pelo ocorrido e desejo força aos familiares e aos amigos.
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